O dia amanhecia claro. Soprava uma leve brisa fazendo com que as folhas balançassem suavemente ao som da melodia do bater de asas de Ledybas e piados de Pidgeys. No céu o sol jazia solitário, sem nem sequer uma simples nuvem. A tempestade do dia anterior era somente lembrança.
Na casa de Lyra, a garota terminava de se arrumar. Se desfez do pijama e vestiu a roupa de antes, agora limpa e perfumada. Se fitava no espelho, e por último depositou a boina branca sobre os cabelos amarrados em maria-chiquinha.
— Finalmente vamos partir em jornada! — disse a garota saltitando.
Chikorita estava em cima da cama, preguiçosa, bocejava enquanto observava a treinadora se adornando. Depois de arrumar-se, Lyra organizou sua bolsa de viajem, poções, pokébolas, comida, ração para pokémons...Tudo que ela iria precisar e mais um pouco.
— Acho que já está tudo pronto!
— Chikô! — Grunhia a plantinha, agora saltando da cama e animada.
— Vamos nessa! — Falou Lyra, suspirando e observando o quarto.
Lyra ia demorar a voltar alí, por isso fazia toda aquela cerimônia. Mais um suspiro e a garota saiu de porta a fora acompanhada de Chikorita, que dançava com a cabeça balançando sua folha e emanando um perfume adocicado e apaixonante.
A alguns quarteirões dali, estava Ethan. O garoto já havia vestido sua roupa, e a mochila já estava o esperando na sala junto de sua mãe.
— Vamos lá amigão, nossa aventura começa agora! — Disse Ethan ao acariciar o Cyndaquil em cima da escrivaninha.
Antes de sair o garoto abriu cautelosamente uma das gavetas observando sua volta. Dentro dela tinham algumas guloseimas escondidas, afinal sua mãe não o deixaria levá-las.
— Não conte para mamãe! Ok? — Disse ele para o pokémon desferindo um enorme sorriso.
— Quiiiil!i — O pokémon balançou a cabeça e demonstrou alegria.
Ambos correram pelo quarto até o deixarem vazio. Desceram as escadas num vulto e mais rápido ainda estavam na sala, onde Alice, a mãe de Ethan os aguardava.
Ao Ver o cabelo extremamente bagunçado do garoto a mãe fez um gesto de reprovação, mas riu em seguida.
— Vou sentir saudades — disse ela abraçando o filho — já está tudo pronto na sua mochila, não esqueça de comer nas horas certas, e nem preciso dizer para escovar os dentes. Certo mocinho?
— Não precisa se preocupar, eu vou ficar bem! — Disse Ethan desferindo o enorme sorriso de sempre.
— Seu pai me disse a mesma coisa quando partiu, mas isso só me deixou mais preocupada.
— Vou ligar sempre que puder, prometo.
— Tudo bem — a mulher deu um beijo na testa do garoto, e ambos se abraçaram por um longo instante — Se cuide querido....
— Vou me cuidar, se cuida também...
Alice tinha seus olhos umedecidos e tristonhos, a despedida do filho a corroía por dentro, ela tentou disfarçar, mas era em vão, o choro já estava evidente.
— Boa sorte querido... — Ela disse soluçando.
— Vou ser o melhor mamãe. Em breve estarei de volta, mais forte e com muito mais amigos!
— Adeus Ethan, Adeus Cyndaquil, cuide bem dele... — Ela disse por último.
— Quiiiil! — grunhiu o pokémon, fazendo “sim” com a cabeça.
— Adeus mãe...
O garoto acenou pela última vez, e atravessou a porta devagar. Depois daquela despedida difícil, o garoto acelerou os passos dentro de seus tênis velhos. Ethan combinou de se encontrar com Lyra em frente ao laboratório do professor Elm, e o garoto corria rápido para lá. A cidade estava alegre, e o vento soprava refrescante. As pequenas ruas da cidade iam sendo deixadas para trás, Ethan fitava tudo cautelosamente, sentiria saudade da cidade natal e dos amigos, pelo menos Lyra iria com ele.
Depois de alguns minutos correndo o garoto estava em frente ao laboratório. Sem avistar Lyra, ele entrou. Ainda de longe avistou Lyra abraçada ao tio. Era a despedida dos dois. Ethan se aproximou e saldou a todos. Sem demorar o professor se dirigiu a gaveta e pegou dois embrulhos.
— São presentes que o velho Oak deixou para vocês — disse Elm os entregando.
— Demais! — disseram ambos abrindo os embrulhos com ferocidade.
E lá estavam. Os papéis coloridos haviam sido rasgados, e o que brilhava agora eram os polimentos dos aparelhos as suas frentes. O de Ethan brilhava escarlate, e o de Lyra era róseo. Dois aparelhos futurísticos e extremamente empolgantes. Eram Pokédex’s. Aparelhos digitais que forneciam e recolhiam dados dos pokémons encontrados e capturados. O sorriso e o brilho nos olhos dos jovens ali era bem eminentes.
— Quando passarem em Goldenrod, não esqueçam de ir a torre de rádio para agradecê-lo — Disse Elm.
— Claro! — Rebateram os dois.
— Bem...Creio que não falta mais nada, então... — Dizia Elm antes de ser interrompido.
Pelas enormes e transparentes portas de vidro do laboratório passou Alice, a mãe de Ethan. Ela vinha apressada e ofegante segurando algo na mão.
— Mãe? — Ethan estava surpreso.
— Acha que eu deixaria meu filho sair por aí com o cabelo bagunçado desse jeito? — Disse ela revelando o que segurava na mão, o boné de Ethan.
A bela senhora depositou o boné sobre o cabelo bagunçado do garoto, somente o topete teimava em sobressair. Todos riram e se dirigiram até a saída da cidade, onde a partida aconteceria. Ethan deu seu toque final o virando para trás.
— Ethan — falou Elm antes que Ethan partisse — Quero que você e Lyra vão visitar um velho amigo meu nos arredores de Cherrygrove, ele me pediu para que eu instruísse um dos treinadores iniciantes para ir até lá, parece que ele descobriu algo novo e quer compartilhar conosco.
— Tudo bem professor — Disse Ethan.
— Agora vá querido, se caminharem depressa poderão chegar ainda hoje em Cerrygrove — Falou a mãe de Ethan preocupada.
— Isso mesmo. Boa sorte Ethan. Se cuide Lyra — Se despediu Elm.
— Até mais! — Disseram Ethan e Lyra, acenando e indo em frente.
Os garotos não deixavam de olhar para trás, observando seus entes queridos emocionados e entristecidos com a partida. Era uma deriva de emoções e sentimentos que atravessava pelos corpos daqueles jovens treinadores, que agora fitavam o horizonte iluminado.
— Adeus New Bark! — falou Ethan olhando pela última vez para trás.
— Adeus...Cidade onde sopram os ventos do recomeço... — Disse Lyra.
New Bark havia ficado para trás, ainda podia ser visto os finos rolos de fumaças das casas de lá, mas fora isso, somente lembranças. Ethan e Lyra já tinham caminhado por algumas horas, conversaram sobre muita coisa e discutiram sobre quais pokémons pegariam. Por hora resolveram parar a beira da estrada, abaixo da refrescante sombra de uma árvore. A rota 29 era totalmente rodeada por árvores de porte médio, algumas gramíneas e arbustos também tomavam conta da vegetação. Um trecho a terra marcava o caminho que se devia seguir.
Em baixo da árvore, retiraram os pokémons da pokébola e serviram ração pokémon, em seguida tiraram alguns lanches, enquanto comiam conversavam...
— Acha mesmo que viajamos no tempo, para o futuro? — perguntava Lyra enquanto mordia uma fruta.
— Não tenho outra explicação...Mas se aquilo era o futuro... — Dizia Ethan preocupado.
— Talvez Celebi quisesse nos mostrar algo... — falou Lyra.
— Acha que podemos evitar aquele confronto? Lyra, são pokémons lendários, são extremamente fortes, nunca os tinha visto...Ainda mais duelando como inimigos mortais.
— O que devemos fazer?
— Vamos esperar, podemos descobrir algo em alguma cidade, ou...Meu pai! Ele trabalha com pokémons lendários, iremos até as ruínas, lá descobriremos alguma coisa!
— Certo! — Respondeu Lyra contente.
Depois de conversarem um pouco mais, continuaram a viagem. O trecho era relevado, as vezes alto, as vezes baixo. Ethan observava todo ao seu redor com olhos vivos e alertas, balançava a cabeça a procura de algo. Isso deixou Lyra um pouco confusa.
— O que está fazendo? Quero dizer, procurando?
— Um pokémon, oras! — respondeu ele eufórico.
— Um pokémon? Mas você tem sequer pokébolas? — indagou a menina.
Ethan parou bruscamente, meteu as mãos em sua mochila e procurava com fúria, começou a resmungar ao ver que não achava o que procurava.
— Droga! Nenhuma!
— Idiota... — riu Lyra.
— Espera aí! — Rebateu Ethan zangado — Quem você está chamando de idiota?
— Como um treinador sai em jornada sem pelo menos uma pokébola? — Dizia Lyra encarando Ethan com as mãos na cintura.
— Eu...Eu...Eu esqueci! — Gaguejou o garoto envergonhado.
— Que treinador pokémon você é, hein?
— Argrrr! Aposto que sou melhor que você! — retrucou Ethan em voz alterada.
— Duvido... — Caçoou Lyra, dando as costas para o garoto.
Ethan cerrou os punhos e trincou os dentes. Seu corpo se enrijeceu em fúria, enquanto Lyra seguia em frente dando risadinhas.
— Espera aí! Se acha que sou tão ruim treinador, por quê não batalhamos? — provocou Ethan.
— Batalhar? — Lyra virou-se para o amigo — Não seria justo! Só temos um pokémon cada, e o seu tem vantagem contra o meu!
— Então está com medo? — provocou Ethan, com um sorriso forçado.
— Humph! — bufou Lyra. A garota meteu a mão em sua bolsa e retirou uma pokébola, em seguida a arremessou para ao amigo — Toma!
— Hã? O que está querendo? — perguntou Ethan segurando a pokébola.
— Mostrar que não estou com medo! — revidou Lyra — vamos fazer outro tipo de duelo.
— Outro tipo? De duelo? — perguntou Ethan confuso enquanto coçava a cabeça.
— Isso mesmo! Uma competição, quem capturar um pokémon primeiro ganha! Temos até o fim do dia, quem chegar primeiro ao fim da rota 29 com um pokémon a mais ganha! — explicou Lyra.
— E por que você dita as regras? — perguntou o garoto chateado.
— Sou a mais velha — rebateu ela.
— Argh! — o garoto rosnou sem idéias para rebater — Tudo bem! Mas não pense que vou deixar você vencer por que é uma garota ou porque é minha amiga!
— OK! Vamos ver quem vence! Que comece o duelo! — Exclamou a garota adentrando a mata que rodeava a rota.
A partida havia começado. Ethan corria pela estrada acompanhado pelo seu pokémon de fogo. Seu sorriso estava estampado fortemente, o garoto estava confiante, eufórico, naquele momento o que ele mais queria era um novo pokémon.
— Vamos lá Cyndaquil! Vamos vencer essa!
— Cynda-quiiiil! — gritou o pokémon alegre.
Lyra preferiu adentrar a floresta. A garota era mais inteligente, dentro daquele corredor de árvores seria muito mais fácil encontrar um pokémon selvagem. Ela corria delicadamente ao lado da plantinha. A garota tinha uma face séria acompanhada de um sorriso de canto. Lyra não estava disposta a perder.
Ethan agora caminhava devagar...Ele não queria assustar os pokémons. A sua frente estavam algumas pegadas, pequeninas, eram de um pokémon de baixo porte. Ethan sacou sua pokédex, e analisou as pegadas. O aparelho desferiu um lazer vermelho que cobria as pegadas. “Pokémon encontrado” — disse a voz robótica do aparelho, sem seguida a foto de um Rattata cobriu a tela. Ethan riu confiante.
— Arrá! Então é um Rattata! Vamos Cyndaquil! Vamos pegar esse pokémon!
Ethan então acelerou o passo rumo as pegadas, o seu pokémon o escoltava com um pique alegre e animado.
Lyra era extremamente inteligente. Dentro da mata a garota colocava em prática tal qualidade. É difícil explicar como, mas num instante, usando gravetos e cipós, a garota havia criado uma caixa, que serviria de base para sua armadilha. Uma caixa, um graveto, cipó e ração pokémon. Era tudo que ela precisava.
A caixa era sustentada com a boca para baixo pelo graveto, que tinha amarrado em si um cipó, que era levado até Lyra. Em baixo da caixa alguns grãos de ração pokémon, na hora que algum pokémon fosse atraído para debaixo da caixa, bastaria que Lyra puxasse o cipó.
— Certo Chikorita! Não vai demorar para que possamos vencer o Ethan! — Riu a garota, escondida por trás de uma árvore.
O plano de Ethan também não foi muito ruim, depois de alguns minutos seguindo as pegadas do ratinho púrpuro, ele o havia encontrado comendo algumas frutas debaixo de uma árvore, perto da estrada. Um treinador iniciante poderia não saber que se deve enfraquecer o pokémon antes de jogar a pokébola, mas Ethan sabia. Ele saiu de sua posição defensiva e partiu para o ataque.
— Cyndaquil! Use o Smokescreen para confundi-lo e em seguida o Tackle!!! — ordenou Ethan apontando para o pokémon selvagem.
O Cyndaquil pulou a frente, sua boca se abriu emanando uma densa cortina de fumaça negra, que rodeou o ratinho. Rattata buscava uma saída, mas estava preso na prisão de fumaça. Acuado pelo golpe de Cyndaquil, o rato permanecia imóvel atento a qualquer movimento. O pokémon de fogo foi mais rápido e completou o movimento jogando o seu corpo contra o de Rattata, o rato foi arremessado contra a árvore atrás dele, o dano foi dobrado.
— Muito Bem Cyndaquil! — Comemorou Ethan pegando sua pokébola e a arremessando com destreza — Pokébola vai!
A esfera vermelha-prata dançava no ar até chegar no pokémon atordoado. Ao se chocar com o ratinho púrpuro, a bola se abriu e o pokémon aos poucos se materializou num raio rubro, até entrar na pokébola. A esfera se fechou e caiu no chão em movimento. Ia e vinha e movimentos curtos e velozes. Ethan estava ansioso.
— Vamos lá...Capture... — Murmurava ele intrigado.
A principio o garoto não teve muita sorte, a esfera se abriu bruscamente liberando o pokémon que parecia estar zangado agora. O ratinho virou as costas para o inimigo e ciscou o chão disparando rajadas de areia no Cyndaquil. O ratinho de fogo não sofreu dano, mas estava atordoado com a areia em seus olhos.
— Essa não! Sand Atack! — Concluiu Ethan.
O Ratatta havia se livrado do Cyndaquil, pelo menos por alguns instantes. Tempo suficiente para o pokémon fugir pela floresta.
— Droga! Essa foi por pouco! — praguejou o garoto.
Lyra ainda esperava por um pokémon para cair em sua armadilha, e não demorou muito para que a isca aparecesse. Era um pokémon felpudo, pelagem marrom e orelhas grandes. Se assemelhava a um esquilo, sua calda era coberta por uma densa camada de pelo, e em seu abdome, pelos mais claros formavam um círculo.
— Sentret! — Disse Lyra eufórica.
O pokémon se aproximou da armadilha, estava um pouco desconfiado, olhava cautelosamente para cada lado. Por último se sustentou em sua longa cauda, estendendo os limites de sua visão. “Aquele Sentret não é bobo...”, pensava Lyra.
Depois da observação o pokémon entrou debaixo da caixa e começou a se deliciar com a ração pokémon deixada por Lyra. A garota segurou o fio forte, e num movimento rápido o puxou.
— Agora! — Gritou ela saindo de seu esconderijo junto de Chikorita.
O pokémon estava confuso dentro daquela gaiola. Lyra era muito inteligente e pensou rapidamente no que deveria fazer.
— Chikorita! Tackle!!! — Ordenou Lyra.
A plantinha saltou fortemente jogando o seu corpo contra a gaiola onde o Sentret estava preso. A gaiola se quebrou com o choque e o Sentret foi arremessado ao chão, foi um golpe crítico.
— Muito bem Chikorita! É nossa chance! Razor Leaf!
Chikorita tinha movimentos graciosos, e em um deles girava sua folha com rapidez. É dificil explicar como acontecia, mas daquele movimento giratória eram desferidas dezenas de mais folhas que se assemelhavam a navalhas. Sentret já havia se recuperado golpe anterior, e dessa vez foi mais precavido ao perceber que fora desafiado. O esquilo se embrulhou na sua própria cauda, se transformando numa bola. As folhas o atingiam, mas eram rebatidas ao vento.
— Muito bom! Ele usou o Defense Curl!!!
Depois de evitar o golpe das folhas, Sentret se desfez do embrulho e partiu rumo a plantinha. Eram bem pequenas, mas aquele pokémon tinha garras bem afiadas, e ele estava prestes a mostrá-las num poderoso golpe Fury Swipes.
— Chikorita! Cuidado! — Gritou Lyra.
Mas o ataque do esquilo foi mais rápido e atingiu o pokémon de grama. Am bos os pokémons agora estavam distanciados, se encarando com uma face ameaçadora. Ofegantes e com dentes cerrados. Mas Chikorita dava um ara mais cansado. Aquela era sua primeira batalha, ela podia ter um Status mais alto, mas o Sentret ainda assim tinha um nível mais elevado.
— Mesmo depois de receber o Tackle, o Sentret não está fraco o suficiente para eu arremessar uma pokébola... — Pensava Lyra preocupada — Chikorita! Mais uma vez use o Razor Leaf!!!! — Gritou a garota.
Mesmo cansada, a platinha rodopiou sua folha disparando as folhas laminadas novamente. Mas se as folhas da Chikorita eram afiadas, as garras do Sentret eram mais ainda, e com mais um Fury Swipes, o Sentret cortava cada folha que vinha em sua direção, se livrando do golpe. Chikorita continuava a rodopiar sua folha, mas estava cansada e parou ainda mais ofegante. O Sentret se livrara de todos os golpes e desferiu mais uma vez o Fury Swipes, na plantinha que sofrera bastante dano, ao cair distante no campo de batalha.
— Chikorita não! — Gritou Lyra preocupada, mas antes que ela pudesse partir para ajudar, Chikorita se reergueu, ela estava determinada e mesmo cansada, ela não aceitaria perder.
— Seeennn-treeeet!!!! — O esquilinho grunhia valente, ele já se sentia vitorioso.
— Chikorita...Espera! — Gritou Lya surpresa ao observar Chikorita. Algo estava diferente, de baixo da folha de sua cabeça, estava depositado uma espécie de pó, purpuro cintilante. Lyra tinha certeza do que era. — É isso! Chikorita adquiriu experiência e aprendeu um novo golpe!
— Chikôooo! — A plantinha estava determinada.
— Chikorita! Vamos vencer essa! Poison Powder!
A plantinha rodopiou sua folha, dessa vez com movimentos mais sutis, e um fino pó roxo e cintilante envolveu o Sentret que observava confuso. Não demorou para que o esquilo sentisse o efeito do veneno. Sua vista já estava embaçada e seus pés cambaleavam.
— Ahhhhay! — Gritava Lyra contente— Cute !Cute! Cute! Muito bom Chikorita! Vamos pegar nosso primeiro parceiro! — Num movimento que mais se parecia com passos de balé, Lyra arremessou a pokébola rumo ao esquilinho, que adentrou na forma de um flash de luz. A pokébola cambaleou um pouco, mas em um nível baixo, e ainda envenenado, capturá-lo seria fácil. A pokébola tremeu por alguns instantes, mas um som agudo indicou o sucesso da captura.
Lyra correu para pegar a pokébola, e logo depois foi em direção da Chikorita. Ela abraçou a parceira contente.
— Você foi demais! — Dizia ela, e Chikorita grunhia contente.
Depois daquela batalha, ambas observavam o sol que agora estava meio alaranjado, o crepúsculo tomava o céu, e indicava o principio da noite. O que lembrou Lyra da competição.
— Vamos nessa! Se o Ethan tiver chegado ao fim da rota com mais pokémons ele ganha! Ahh não! Não posso deixar que isso aconteça!
A garota corria ofegante rumo ao fim da rota que levava a cidade de Cherrygrove. Ela estava nervosa, não queria perder sua primeira batalha, ou melhor dizendo, duelo, para Ethan. Ela já estava perto do final. A trilha áspera de terra voltou a aparecer, rodeada de árvores de médio porte. O sol ficava cada vez mais fraco e os pokémons se recolhiam às suas tocas. Chikorita corria ao lado da garota, mas estava cansada demais para continuar. Lyra então a colocou dentro da pokébola.
Lyra havia chegado no final, mas havia tido uma decepção, pelo menos a principio. Ela avistou Ethan sentado no alto do vale, no fim da rota 29. Ele estava sentado com pernas cruzadas e o Cyndaquil repousava em seu colo. Lyra fez bico, ela imaginava a derrota. Ela se aproximou cautelosa, e viu que o garoto estava emburrado.
— O que aconteceu? — perguntou Lyra.
— Droga! — disparou o garoto — Como um Ratatta pode ser tão esperto?!
— Hihihi — Lyra riu baixo, mas ela estava escondendo uma enorme gargalhada — Não conseguiu capturar é?
— Do que você tá rindo?! O Sand Atack foi bem eficaz contra o Cyndaquil! — Retrucou ele chateado.
— “Ahhá”!!! — Gritou ela saltitando — Então eu venci! — Por último ela mostrou a pokébola em que o seu novo parceiro residia.
— Não acredito! Como assim?! Você pegou um pokémon?! — Ethan estava pasmo, ele estava chateado por não ter pego nenhum, mas ele acreditava que Lyra também não seria capaz.
— Claro que sim! Não fique agindo desse jeito! — Disse ela encarando o garoto — Não sou uma idiota!
— Eu sei! — Disse Ethan cruzando os braços — Espera! Tá me chamando de idiota?!
— Eu nem queria...Mas as vezes você força! — Disse a garota jogando a pokébola do Sentret ao ar — Veja!
Depois de se abrir, o raio luminoso fugiu da bola dando origem ao esquilinho que agora grunhia contente. Mas ele ainda parecia abalado, e fazia algumas caretas ao cambalear.
— Ele não parece bem... — Disse Ethan ao examinar o pokémon.
— Tem razão — Disse Lyra o colocando no colo — Chikorita usou o Poison Powder, temos que chegar ao centro.
— Você tem sorte de estarmos a dois minutos da cidade.
— Então vamos nessa! — Disse a garota correndo rumo às luzes da cidade.
O sol desapareceu por completo, e a lua aparecia tímida na forma de um arco luminoso. As estrelas enfeitavam o céu, e o silêncio tomava conta da floresta. As vezes batidas de asas de Zubats, e piados soturnos de Hoothoots ecoavam. Lyra e Ethan agora só avistavam as luzes fracas das casas da cidadezinha...A cidade estava extremamente calma. Mas não seria assim no dia seguinte.
CONTINUA...
8 comentários:
parabens pela fic mas eu acho que o cyndaquil ja teria o ember, vc ta seguindo o jo na é!
mas ta boa, tou ancioso pro proximo episodio...
gostei dos episódio, cada vez mais me surpreendo
Muito bem... Por onde começo?
Cara, você conseguiu dar valor à movimentos de efeito, algo difícil para um escritor de fics de Pokémon. Isso porque a chave das batalhas são os movimentos de danos, mas você conseguiu provar que também é possível fazer grandes batalhas com esse tipo de técnica.
Você conseguiu acrescentar um ar estratégico às batalhas sem comprometer na dinâmica das mesmas. ^^
E tenho que dizer que gostei demais da competição de captura. O Sentret é um ótimo Pokémon e quando evolui para um Furret se torna ainda melhor.
Vou ficando por aqui. Aguardo o próximo capítulo. ;D
se vcs colacrem imagns ia ficar molhor
Primeiro, parabéns novamente! Esse episódio deu mais estabilidade a série e provou que você consegue manter o ritmo, e não decair como acontece com outras séries, tanto audiovisuais como escritas.
Não posso deixar de comentar sobre uma pequena dificuldade que tive nas batalhas em relação a leitura dos golpes. Sei que você está se baseando nos jogos e não na série de TV, mas os nomes em inglês dificultam um pouco, até porque, nem todo mundo joga ou conhece bastante de inglês (sinto vergonha por não entender muito de inglês T.T). Mas agora você já começou assim, e mudar, mesmo que você quisesse, seria um pouco estranho.
As batalhas foram bem escritas, o que me motivou a lê-las já que os personagens ainda estão em um nível baixo e não é possível fazer a batalhar mais empolgante.
E para terminar, um crítica sobre o final do capítulo: foi legal, mas diferente dos outros dois capítulos, não teve um clímax "próximo" e interessante (já que o que liga o leitor a história é o fato do futuro em Ecruteak, e como o próprio nome já diz, é futuro, ou seja, vai demorar... E o fato do Sentret ser curado, que convenhamos, não é muito relevante já que é algo comum).
Logicamente o episódio foi ótimo, mas sempre que você puder, utilize de mais artifícios para unir leitor e história, principalmente com outros clímaces além do futuro mostrado por Celebi.
Parabéns pelo seu trabalho! Agora vou ler o capítulo 04 xDDD.
PS: Apenas fiz uma crítica, pode parece meio imperativo o modo como eu falei no final, mas é só uma dica.
Achei o Ethan muito distraído,numa floresta enorme seria facil de achar um pokemon
gostaria de parabeniza-lo,mas o ideal seriam ataques em português.Combinam mais com o seu estilo e ficam melhor de compreender
Celeby! Ahh, eu devo dizer que adorei a forma como a Lyra sempre fala: Cute, Cute, Cute! kkkkkk A saída na cidade foi épica, pode ter parecido simples, mas eu gostei muito da despedida. "Adeus... Cidade onde sopram os ventos do recomeço." É meu rapaz, o forte deste capítulo foi o momento em que você deu um começo, um meio, e um fim, para cada momento do episódio. Um Sentret pode vir a não ser uma criaturinha muito importante, mas a forma como você fez a travessia deles pela rota 29 e a batalha Pokémon de cada um já foi excelente. A personalidade dos personagens e dos Pokémons foi perfeitamente descrita, a forma como Lyra lida com a Chikorita é mutuo diferente do Ethan e seu Cyndaquill, e eu acho isso muito bom para dar um certo carisma aos personagens. O ethan não é lá o herói perfeito, mas sinto que ele ainda será digno de receber o apelido de "Coração de Ouro". Cara, os capítulos ficam melhores a cada dia, e eu tenho certeza que a qualidade da fic não diminuirá em instante algum! :D
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